um projeto audiovisual imersivo, percorre casas e comunidades caiçaras do litoral fluminense e paranaense, em busca da música, do cotidiano, da espiritualidade, da terra, dos modos de vida e todas as questões que atingem o caiçara contemporâneo.

10/11/2008

OFICINA DE MUSICALIZAÇÃO EM PARATY I

A oficina de musicalização e construção de instrumentos em Paraty realizada no colégio estadual CEMBRA pelo músico Fernando Sardo foi um sucesso. Houve verdadeira integração entre músicos, crianças e adolescentes. Os músicos e professores de musica da cidade manifestaram vontade de repetir esta experiência, e, afirmaram ter sido uma contrapartida social extremamente eficaz e interessante. Os instrumentos construídos serão utilizados nas aulas de músicas do professor Temis. Foram 30 inscritos entre 09 e 19 anos. E conseguimos atingir praticamente todos os bairros em volta do Centro Histórico. (Portão de Ferro II, Graúna, Pantanal, Ilha das Cobras, Praia Grande, Corisco, Corisquinho, Mangueira, Patitiba, Ponte Branca, Jabaquara, Caburê, Rio Pequeno e D. Pedro I).



OFICINA DE MUSICALIZAÇÃO EM PARATY II




Na manhã ensolarada do ultimo dia da oficina aconteceu o evento de encerramento. O dia começou com um passeio até a Ilha das Cobras e uma visita a casa do seo Dito das canoas, onde as crianças e jovens puderam conhecer melhor o mestre que eles vêem tocando pelas praças da cidade em apresentações. Foi uma conversa divertida, seo Dito contou causos e com muita atenção respondeu a curiosidade das crianças sobre a feitura das canoas. Na ocasião havia uma canoa por terminar e as crianças puderam conhecer o trabalho do mestre canoeiro Seguimos em direção ao cais e partimos para Ilha do Araújo onde os alunos almoçaram, ouviram o show informal com coroas cirandeiros de praticamente todos os grupos de ciranda de Paraty. Estavam presentes: Seo Dito das Laranjas (Os Coroas Cirandeiros), Seo Ditinho das canoas e Dito do pandeiro(Sete Unidos), Julinho, Fred, Maneco e Leonidas (Os Caiçaras), Leandro E Pablo (Ciranda Elétrica). Os jovens puderam participar da convivência com esses mestres, conversar sobre música, além de poder tocar junto deles.





Seo Dito das Canoas (Os 7 Unidos)

OFICINA DE MUSICALIZAÇÃO EM PARATY III









Pablo (Ciranda Elétrica) e Dona Neusa

Além de música os jovens tiveram a oportunidade de conhecer também um pouco da cultura caiçara da ilha. Almir Tã, pescador e líder comunitário montou na ilha a biblioteca comunitária “Ler é uma arte” e mantém um Centro Cultural e um projeto de sustentabilidade com o turismo etno e ecológico. Guiados por Tã visitamos dona Neusa e sua casa de farinha. Lá as crianças e jovens puderam conhecer como se faz a farinha de mandioca e como se tira o caldo da cana. O passeio a casa de farinha, que costuma ser roteiro turístico para estrangeiros, foi uma grande descoberta para as crianças, assim como foi muito gratificante para dona Neusa poder ensinar sua cultura para meninos e meninas que poderiam ser seus netos e/ ou bisnetos. Além disso, houve um reencontro inesperado entre seu Dito das Laranjas e a Dona Neusa, velhos amigos que não se viam há muitos anos. Terminamos o passeio com um delicioso café da tarde tipicamente caiçara, com sucos, café-de cana, caldo-de-cana e bolo de fubá.


Agradecimentos especiais à Almir Tã, Leonidas, ao colégio CEMBRA, à Casa Escola, Laíse, Pablo e Leandro e a todos que participaram da oficina.

Fotos: Antonia Moura Leite/ Clarisse - Casa Escola

GALERIA DE IMAGENS - OFICINA EM PARATY I






GALERIA DE IMAGENS - OFICINA EM PARATY II



11/09/2008

TEU CANTO DE PRAIA no Planeta Sustentável

Divulgação

Equipe filma em ilha deserta, após quatro horas de viagem em carroça

imersão cultural

Entre a viola e a guitarra, os sons da cultura caiçara

O projeto Teu Canto de Praia viaja por Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná para documentar os sons regionais e mostrar a evolução da música caiçara

Um documentário de imersão nas comunidades do povo nativo da Mata Atlântica, em busca da música regional. É disso que se trata o projeto Teu Canto de Praia, que já visitou mais de 40 comunidades ao longo da costa carioca, paulista e paranaense, para contar a diversidade musical e o estilo de vida dos chamados “caiçaras”.

Divulgação{txtalt}
O filme já tem mais de 70 horas de imagens gravadas
No início de 2006, a cineasta Manuela Sobral participou de um encontro de cultura caiçara, no Paraná. Lá, ela percebeu que os jovens das regiões caiçaras faziam uma releitura dos sons característicos de suas comunidades, e entendeu que isso renderia um filme: “Queremos mostrar esse movimento cultural, sem ficarmos focados no caráter folclórico da música. Não queremos mostrá-la como uma coisa congelada no tempo”.

As atividades de campo para Teu Canto de Praia começaram em 2007, quando Manuela decidiu ficar um mês em Paraty (RJ), para conhecer moradores que poderiam fazer parte do documentário. Aos poucos, a equipe de produção – que sempre varia entre duas e cinco pessoas – chegou à conclusão de que a história das comunidades litorâneas deveria ser narrada através dos seus próprios habitantes. Os caiçaras viraram personagens que, conforme as suas declarações e ações, conduzem a narrativa do filme. “O processo é empírico”, explica a diretora.

O documentário também mostra instrumentos tradicionais que guardam letras, modas e ritmos caiçaras: é a vez da viola, do adufo, do pandeiro e da rabeca virarem personagens. A releitura da música local é explicada através da introdução de sons modernos. Por exemplo, quando é retratado o grupo Ciranda Elétrica entram em cena guitarras e baixos, pois a banda de Paraty mistura música eletrônica aos elementos da "ciranda caiçara" – antigos bailes em que se executavam diversos tipos de dança, desde os arraiás de festa junina, até os passos da valsa tradicional.

O Teu Canto de Praia já tem cerca de 70 horas de imagens gravadas. O filme será editado até dezembro, e a versão final terá cerca de 50 minutos de duração. A equipe do documentário também fará uma publicação impressa, no formato de "diário de bordo" da viagem. O projeto é apoiado pelo Programa Monumenta da UNESCO, em parceria com o Ministério da Cultura, e realizado por uma co-produção entre a Dialeto Latin American Documentary e a Cordel produção cultural.

Veja vídeos e fotos no blog do Teu Canto de Praia.